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Como examinar uma gestante em trabalho de parto
Entenda a importância do processo de exames em gestantes em trabalho de parto inspirando-se no McDonald’s.
Você deve ter lido a frase acima e pensado: “O que uma coisa tem a ver com a outra?”.
Calma aí, eu te explico.
Existe processo para tudo nessa vida, para que, independente da situação, haja um padrão para que as coisas se encaminhem e funcionem.
O que seria do McDonald ‘s sem o seu processo de montagem de hambúrgueres?
Você pode reparar que, independente de onde você visite um McDonald ‘s, o processo de montagem é o mesmo, fazendo com que as variações entre os hambúrgueres da franquia ao redor do mundo sejam quase imperceptíveis.
Os exames em gestantes da mesma forma.
Não podemos simplesmente tirar uma ideia da nossa cabeça no momento do trabalho de parto, tudo segue uma lógica, um processo.
Essa é a importância de seguirmos um processo durante a examinação de uma parturiente: garantir que o procedimento durante o trabalho de parto aconteça aconteça sem inventar moda.
Examinando a parturiente
Existe uma técnica, uma lógica de examinação para descobrir como está o bebê, mas foi um pouco perdida com o passar dos anos e o desenvolvimento de ultrassons.
Nós, enfermeiras, perdemos a sensibilidade das mãos com a entrada de novas tecnologias.
Precisamos compreender que o exame da parturiente é muito mais que o toque vaginal, é necessário apalpar, sentir o bebê e sua formação.
Levantamento de Informações
Dentro de um processo de enfermagem, a primeira coisa a ser feita é um levantamento de dados da vida da parturiente e dados obstétricos, o que chamamos de anamnese.
Os dados que você coletará nesse levantamento são:
– Condições de pressão alta na gestante ou na família;
– Casos de pré eclâmpsia na família;
– Casos de câncer;
– Se já passou por alguma hemorragia;
– Se já passou por alguma cirurgia;
– Se já teve anemia.
Para dar uma atenção qualificada à parturiente, preciso ter acesso a história de saúde dela, porque sabemos que alguns desses fatores podem influenciar geneticamente.
Se você trabalha como enfermeira autônoma,é importante que já tenha feito o levantamento de dados no cartão de pré-natal antes do momento do trabalho de parto. Se você trabalha como enfermeira em um hospital, esses dados continuam tendo extrema importância.
Exame Físico
O exame físico não deixa de ser uma coleta de dados, só que agora no âmbito do estado corporal da gestante, os sinais físicos de como ela se apresenta naquele momento.
O que deve ser feito no exame físico completo?
– Analisar os sinais vitais de acordo com o padrão de normalidade: pressão, pressão arterial, pulso, temperatura, frequência respiratória;
– Analisar as mamas, se está saindo leite (colostro);
– Analisar a posição do bebê;
– Realizar a apalpação do abdômen da parturiente;
– Auscultar o coração do bebê;
– Medir a altura uterina;
– Realizar o toque vaginal.
Por que o exame físico é importante?
Certa vez, recebi uma ligação de uma paciente dizendo que estava em trabalho de parto e sentia muita dor.
Fui até sua casa acompanhá-la, mas não fiz nenhum exame quando cheguei.
Esperei para ver se a dor era constante, se tinha alguma alteração, mas ela seguia dizendo que estava sentindo muita dor.
Depois de um tempo, fiz o exame. Não havia nenhum sinal de contração, mas ela seguia sentindo dor.
Por fim, descobrimos que a dor que ela sentia não se devia ao trabalho de parto, ao útero contraído, mas a uma infecção urinária.
Imaginem!!! Vejam a importância de fazer o exame físico logo de cara.
A Dinâmica Uterina
Uma parte importantíssima do exame físico é realizar a medição da dinâmica uterina, determinar o real ritmo das contrações e se essa mulher está de fato em trabalho de parto.
Esse exame é realizado com a mulher deitada, com a intenção de relaxar o útero sensível.
Deixe a mão na barriga da parturiente por 10 minutos, analisando quantas vezes e por quanto tempo o útero contrai.
Precisamos realizar essa parte do exame porque, apesar do que pensam atualmente, são as contrações que regem o parto.
Variabilidade Fetal
Durante a medição da dinâmica uterina, podemos analisar a variabilidade da frequência cardíaca fetal, fazendo uma ausculta antes, uma durante e uma após a contração.
Esse exame é importante para sabermos se o bebê suporta uma condição de estresse, uma contração na qual é diminuído o fluxo sanguíneo recebido por ele.

Conclusão
No texto de hoje te apresentei alguns pontos que jamais podem ser esquecidos ao examinar uma gestante em trabalho de parto.
Estamos com a mente tão ligada no automático de pensarmos que o mais importante é controlar o tamanho da dilatação que esquecemos de humanizar o processo e de prestar a devida atenção aos fatores importantes de um exame completo às gestantes em trabalho de parto.
Além disso, não podemos esquecer que devemos prestar todo o cuidado com nossas pacientes, trabalhando frente ao cuidado e bem-estar delas, tendo compaixão e respeitando seu momento.
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“ Transformando os nascimentos no Brasil ”
Muito Prazer!
Me chamo Laura Padilha, sou enfermeira obstétrica, mestre em enfermagem, mãe de 4 crianças e apaixonada em transformar os partos no Brasil. Essa é a nossa missão!